NOVO MEDICAMENTO PARA O TRATAMENTO DE BACTÉRIAS RESISTENTES


Estudo norte-americano testa novo antibiótico que inibe bactéria de liberar sua substância tóxica responsável por provocar uma resposta inflamatória 

Bactérias aparecem no baço de ratos (Foto: UCLA/Divulgação)
Bactérias aparecem no baço de ratos (Foto: UCLA/Divulgação)











São Paulo, 4 de outubro de 2012.






Testado em camundongos, um novo antibiótico pode ser a solução para tratamento de infecções causadas por microrganismos que se tornaram resistentes aos medicamentos. Ele foi desenvolvido para desarmar as bactérias — e não matá-las, como fazem os antibióticos tradicionais — para combater infecções. O estudo em torno do antibiótico foi descrito na edição de outubro do periódico mBio, da Sociedade Americana de Microbiologia e conduzida por cientistas do Centro Médico e da Escola de Medicina David Geffen, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos EUA.
"Tradicionalmente, os pesquisadores buscam antibióticos que matem rapidamente as bactérias. Porém, nós descobrimos uma nova classe desses remédios que não possui a capacidade de exterminar os microrganismos, mas ainda assim consegue proteger o corpo contra infecções, pois impede completamente as bactérias de iniciarem o processo inflamatório", diz Brad Spellberg, um dos autores do estudo.
Essa nova classe de medicamentos não aniquila os micro-organismos estudados, da espécie Acinetobacter baumannii, mas bloqueia uma substância tóxica contida neles, chamada endotoxina, e evita um ataque à inflamação.

Alguns tipos da Acinetobacter têm adquirido resistência contra uma grande variedade de antibióticos, enquanto outros já são totalmente resistentes – o que deixa os doentes sem nenhum tratamento disponível.
O resultado do estudo foi obtido, pois o antibiótico impediu, usando uma molécula chamada LpxC-1, que uma das substâncias tóxicas da bactéria responsável por provocar a resposta inflamatória — o que é, de fato, aquilo que pode provocar a morte de um paciente que já tem alguma doença grave - fosse liberada nos camundongos. Segundo Spellberg, embora poucos pesquisadores explorem esse tipo de ação de um medicamento, tal viés pode resultar em novas drogas mais eficazes, especialmente contra infecções resistentes.
Segundo Spellberg, esse caminho de "neutralização" de bactérias ainda é pouco explorado pelos pesquisadores, mas pode fazer a diferença na busca por um medicamento mais eficaz.

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