Controle de Endemias alerta que doença não está controlada e há uma tendência de proliferação do mosquito no próximo verão
São Paulo, 13 de setembro de 2012.
Com índices aparentemente controlados, já que em 2012 a situação da dengue no Estado de São Paulo apresentou uma queda nos casos de transmissão registrados em relação aos anos anteriores, o cenário atual desperta preocupação para as autoridades de saúde pública. De acordo com um balanço da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), apesar da queda do número de pessoas infectadas, os índices de infestação do mosquito se mostrou estável e projeta uma tendência de proliferação nos próximos meses, quando entra o período de chuvas.
O assunto foi abordado em reunião técnica do Comitê Estadual de Mobilização Contra a Dengue, nesta quita-feira (13/09), na Capital paulista. O grupo que reúne diversas entidades públicas e privadas com o objetivo de planejar ações conjuntas para combater a dengue, do qual o CRF-SP participa e é representado pela conselheira, dra. Cecília Shimoda.
Dr. Moisés Goldbaum da Sucen
“Esperamos que esta infestação não ocorra, mas a possibilidade é grande. Por isso, precisamos nos preparar” alertou o superintendente da Sucen, Moisés Goldbaum. Segundo ele, a luta contra o mosquito terá um desafio adicional, pois neste período ocorrem eleições municipais e será necessário mobilizar os administradores municipais para que eles mantenham o compromisso de promover ações de combate ao foco da doença. Outra frente de trabalho da Sucen, segundo Moisé Goldbaum, será de procurar o governo de outros Estados pois, segundo ele, não adianta o Estado de São Paulo fazer a sua parte se não houver o mesmo compromisso dos estados vizinhos.
De acordo com a dra. Ana Cecília Costa França, diretora substituta do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), sua divisão elaborou o “Plano de Intensificação para a Dengue no Estado de São Paulo – período 2012-2013”, que estabelece ações prioritárias de acordo com os dados obtidos pelas análises epidemiológicas, além de propor reuniões periódicas com representantes das equipes de saúde e a população na regiões onde há maior potencial de aumento da presença do mosquito. “Precisamos ter um serviço de saúde capaz de atender e evitar óbitos. Não é possível aceitar casos de letalidade para uma doença que não deveria ter esta gravidade”, complementou.
Dengue pode atacar o coração
Estudo da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) aponta que o vírus da dengue também pode atacar o coração. Uma mulher de 29 anos que morreu na cidade do interior paulista em 2011 teria sido a primeira no Brasil de que se tem notícia a ter perdido a vida dessa forma.
Outros 12 pacientes mortos com dengue tiveram seus casos analisados na faculdade de Medicina da Unaerp. No caso de maior destaque, a doença evoluiu para uma miocardite, que teria provocado a parada cardíaca que matou a mulher no ano passado.
De acordo com os pesquisadores, há casos semelhantes em locais como Tailândia e Índia. Mas, diferentemente do ocorrido nesses países, que envolveu o tipo 3 do vírus, em Ribeirão Preto a ação se deu com o vírus tipo 1, algo até então desconhecido.
Esse caso chamou atenção porque a mulher não vinha tomando medicamentos e não tinha histórico de doenças cardiovasculares. Ela apresentou o primeiro sintoma da dengue e morreu três dias depois. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
CRF-SP no combate à dengue
Desde 2007, o CRF-SP integra o Comitê Estadual de Mobilização Contra a Dengue, constituído junto ao Gabinete da Secretaria de Saúde com atribuições de planejar, coordenar e acompanhar ações de mobilização social, de âmbito estadual.
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